Eucaristia

The Eucharistic Saviour, Vicente Juan Masip

EUCARISTIA é um Sacramento que contém, verdadeira, real e substancialmente, o próprio Jesus Cristo sob as espécies do pão consagrado, para alimento espiritual da nossa alma. Foi instituída por Jesus Cristo na véspera da sua morte por amor de nós, e foi dada em comunhão aos seus Apóstolos, comunicando-lhes também o poder de fazerem o mesmo que Ele acabava de fazer. Por isso, todas as vezes que um Sacerdote na Missa pronuncia sobre a hóstia as mesmas palavras que Jesus Cristo pronunciou sobre o pão — «Isto é o meu Corpo»— a hóstia deixa de ser pão, e nela fica sob as aparências de pão, o Corpo, o Sangue e Alma e Divindade de Jesus Cristo, ou a Eucaristia. É um mistério profundo, mas é um dogma da Fé católica. Devemos adorar a Eucaristia porque ela é o próprio Jesus Cristo, invisível sob as espécies visíveis do pão consagrado. Devemos receber a Eucaristia em Comunhão, porque foi principalmente para a recebermos que Jesus Cristo a instituiu, dizendo «Tomai e comei. Isto é o meu Corpo» (Ep. I Cor. XI, 24).
A Eucaristia, que significa ação de graças, é designada por vários nomes: Sagrada Hóstia, porque nos recorda o sacrifício da cruz, de que é em certo modo a renovação incruenta. Santíssimo Sacramento, em razão da sua dignidade, superior a todos os outros Sacramentos. Mistério de Amor, porque é o prolongamento da Incarnação; — por amor incarnou o Verbo divino, e por amor permanece entre os homens. Vínculo de Caridade, porque é sinal e causa da paz, da concórdia e da unidade na Igreja. Viático, quando é dado aos fiéis moribundos como alimento no seu caminho para a pátria celeste.

Pe. José Lourenço (Dicionário da Doutrina Católica, 1945)

Catecismo: Como Podemos Merecer a Proteção da Santíssima Virgem?

The Madonna in Prayer, Guido Reni
The Madonna in Prayer, Guido Reni

166)
Como podemos merecer a proteção da Santíssima Virgem?
Podemos merecer a proteção da Santíssima Virgem imitando suas virtudes, especialmente a pureza e a humildade.

— Catecismo Maior de São Pio X

Demônio

Fallen Angel, Alexandre Cabanel

DEMÔNIO.
Dá-se o nome de demônios aos Anjos que pecaram e que Deus castigou com os tormentos do inferno, como ensina a Sagrada Escritura, dizendo: «Deus não perdoou aos anjos que pecaram, e precipitou-os no abismo do inferno, para serem atormentados» (Ep. I I S. Ped. II, 4). O demônio é espírito maligno, que pela mentira seduziu os nossos primeiros pais, levando Adão a cometer o pecado original, de que resultou a morte e todos os sofrimentos da humanidade. Rebelde a Deus e punido por Deus, tem ódio a Deus, e o seu empenho é levar os homens à revolta contra Deus, para serem punidos como ele.
Os demônios não são maus por natureza, mas por vontade. Tentar para fazer o mal é próprio do demônio; o mundo e a carne são instrumentos seus para nos tentar (Ep. Efes. VI, 11, 12). Pode exercer uma ação imediata sobre o homem, não diretamente sobre a inteligência e sobre a vontade, e sim sobre a imaginação e sobre o apetite sensitivo; permitindo-o Deus também pode exercer a sua ação maligna sobre os objetos exteriores e sobre o nosso corpo, sendo causa de males físicos que sofremos (Ev. S. Mat. XVII, VIII). Pode conhecer as coisas exteriores materiais, mas não pode saber o que se passa íntimo da nossa alma, se não o manifestarmos por algum sinal exterior.
Podemos vencer as tentações do demônio com o auxílio da graça divina, que obtemos por meio da oração, da penitência e da vigilância.
O Apóstolo S. Pedro deixou-nos esta advertência: «Sede sóbrios e vigiai, porque o demônio, vosso adversário, anda ao redor de vós como um leão que ruge, buscando a quem devorar; resisti-lhe, fortes na Fé, sabendo que os vossos irmãos que estão espalhados pelo mundo sofrem a mesma tribulação» (Ep. I S. Ped. V, 8, 9). 

Pe. José Lourenço (Dicionário da Doutrina Católica, 1945)

Cristo Como o Homem das Dores — Quentin Massys

Cristo Como o Homem das Dores — Quentin Metsys
Christ as the Man of Sorrows, Quentin Massys

Santo Ambrósio — Claude Vignon

Saint Ambrose - Claude Vignon
Saint Ambrose - Claude Vignon

Catecismo: Pode alguém salvar-se fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana?

Entry Into Noah’s Ark, Hans Jordaens III

170) Pode alguém salvar-se fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana?
Não. Fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana, ninguém pode salvar-se, como ninguém pôde salvar-se do dilúvio fora da arca de Noé, que era uma figura desta Igreja.

— Catecismo Maior de São Pio X (Capítulo X, Do nono artigo do “Credo”)

Por Que os Peixes se Salvaram no Dilúvio?

The Sermon of Saint Anthony and the Fish, Francisco Rizzi

No tempo de Noé sucedeu o dilúvio, que cobriu e alagou o mundo, e de todos os animais quais se livraram melhor? Dos leões escaparam dous, leão e leoa, e assim dos outros animais da terra: das águias escaparam duas, fêmea e macho, e assim das outras aves. E dos peixes? Todos escaparam, antes não só escaparam todos mas ficaram muito mais largos que dantes, porque a terra e mar tudo era mar. Pois se morreram naquele universal castigo todos os animais da terra e todas as aves, por que não morreram também os peixes? Sabeis por quê? Diz Santo Ambrósio, porque os outros animais, como mais domésticos ou mais vizinhos, tinham mais comunicação com os homens; os peixes viviam longe e retirados deles. Facilmente pudera Deus fazer que as águas fossem venenosas e matassem todos os peixes, assim como afogaram todos os outros animais. Bem o experimentais na força daquelas ervas com que infeccionados os poços e lagos a mesma água vos mata; mas como o dilúvio era um castigo universal que Deus dava aos homens por seus pecados, e ao mundo pelos pecados dos homens, foi altíssima providência da divina justiça que nele houvesse esta diversidade ou distinção, para que o mesmo mundo visse que da companhia dos homens lhe viera todo o mal; e que por isso os animais que viviam perto deles, foram também castigados e os que andavam longe ficaram livres. Vede, peixes, quão grande bem é estar longe dos homens. Perguntado um grande filósofo qual era a melhor terra do mundo, respondeu que a mais deserta, porque tinha os homens mais longe.

Pe. António Vieira (Sermão de Santo Antônio aos Peixes, 1654)