Catecismo: Qual foi o pecado de Adão?

Adam and Eve, Marcantonio Franceschini

59) Qual foi o pecado de Adão?
O pecado de Adão foi um pecado de soberba e de grave desobediência.

— Catecismo Maior de São Pio X

Pintura: Zombaria com Jesus — Domenico Fiasella

The Mocking of Christ, Domenico Fiasella
The Mocking of Christ, Domenico Fiasella

Pintura: São Jerônimo — Parmigianino

Saint Jerome, Parmigianino
Saint Jerome, Parmigianino

Adultério

Susannah Accused of Adultery, Antoine Coypel
Susannah Accused of Adultery, Antoine Coypel

ADULTÉRIO é a cópula entre pessoa casada e outra que não seja o seu cônjuge. É pecado mortal contra a castidade, e também contra a justiça, porque viola o direito do cônjuge inocente; é uma profanação da santidade do Matrimônio; é uma quebra da promessa feita solenemente à face da Igreja. O Apóstolo S. Paulo condena o adultério, dizendo que os adúlteros serão excluídos do Reino de Deus. Ep. I Cor. Vi., 9. Aquele que pratica adultério, com o fim combinado de casar com o seu cúmplice após a morte do legítimo cônjuge, não pode validamente contrair tal matrimônio. C. 1075

Pe. José Lourenço (Dicionário da Doutrina Católica, 1945)

Poesia: Para o Mundo Desprezar Cumpre a Morte Meditar — Jacopone da Todi

Death Comes to the Banquet Table, Giovanni Martinelli

Lauda Della Morte

Para o mundo desprezar
cumpre a morte meditar.

Morte é fera, dura e forte,
dá a todos igual sorte,
portas caem ante a morte:
ninguém dela há de escapar.

Muita gente em grão temor
vive sempre com terror
e consciente do estertor
de passar por esse mar.

Papas com imperadores,
cardeais com grão-senhores,
justos, santos, pecadores
sabe a morte equiparar.

Ela vem tal furacão,
furta o homem qual ladrão,
toma ao farto a refeição,
corpos faz putrificar.

Não aceita vis presentes,
bens lhe são indiferentes,
nem amigos nem parentes
cuida a morte de poupar.

Não a vence fortaleza,
nem sapiência nem beleza;
torres, paços e grandeza,
tudo a morte quer danar.

Ao que é rico e afortunado
ou agiota deslumbrado
soa amargo este recado
se não busca se emendar.

Para o justo é grande gosto
quando a morte o acha exposto:
jaz o corpo decomposto,
vai com Deus a alma estar.

Pecadores, retornai;
aos pecados renunciai
e na morte repensai;
não deixeis vos afogar.

Pois quem ama noite e dia
Nossa Mãe, Santa Maria,
usufrui da garantia
de ser posto em bom lugar.

Jacopone da Todi (   ?-1306)

Alma

Le poeme de l'Ame, Louis Janmot


ALMA
é um espírito imortal, incorruptível, dotado de inteligência e de vontade, criado por Deus para forma do corpo humano. É criada para cada corpo humano depois de concebido, e contrai o pecado original no momento da sua união com o corpo. É operação própria da alma entender o que abstrai das coisas sensíveis por meio dos sentidos. É pela alma que conhecemos e queremos. Está toda em todo o corpo e em cada parte do corpo, dando-lhe unidade e vida. Após a morte, vai imediatamente ou para o Céu, ou para o Purgatório, ou para o Inferno, segundo a sentença que Deus lhe der, e conserva os conhecimentos adquiridos neste mundo. Pode conhecer as ações dos vivos pelas almas que vão entrando na eternidade, ou pelos Anjos, ou pelos demônios, ou por revelação de Deus, e pode aparecer aos vivos, mas tal aparição é miraculosa.— A alma, porque é puramente espiritual, não tem forma, nem peso, nem cor; é invisível, mas todos vêem os seus efeitos, atos que nenhum corpo é capaz de produzir: entender, querer, amar, raciocinar. — Devemos querer-lhe mais do que ao corpo. — A salvação da nossa alma é o negócio mais importante da nossa vida, pois disse Jesus: «Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se vier a perder a sua alma?». Ev. S. Mat. XVI. 26. É também um negócio absolutamente pessoal, pois ninguém pode substituir outrem no trabalho da sua santificação. Ao mesmo tempo é um negócio urgente, porque a vida é breve e a morte pode chegar repentinamente. Por isso Jesus preveniu: «Estai preparados». Há quem diga que a alma não existe, que o homem é apenas um animal aperfeiçoado. Isto é uma afirmação falsa. Com efeito, se o homem fosse apenas um animal aperfeiçoado, não haveria entre ele e os outros animais senão uma diferença de grau, isto é, as faculdades que existem nos animais seriam mais perfeitas no homem, e nele não haveria mais faculdades que nos animais. Mas sucede o contrário: o homem é menos forte que o boi, menos ligeiro que o cão, etc. Há no homem faculdades que nenhum animal possui: a faculdade de pensar, a de compreender, a de julgar, a de falar, a de progredir, a de prestar culto. Estas faculdades são absolutamente distintas das faculdades do corpo, são de natureza mais elevada, mais nobre, são de natureza espiritual. Os animais têm o instinto preciso para se conservarem e se reproduzirem. Só o homem tem a inteligência indispensável para progredir. As faculdades que são só do homem existem na alma humana.

Pe. José Lourenço (Dicionário da Doutrina Católica, 1945)

Dia 27 de Junho: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Our Mother of Perpetual Succour

A devoção a Nossa Senhora, sob o título de Perpétuo Socorro, propagou-se rapidamente depois de 1870, graças ao zelo da congregação do Santíssimo Redentor.

Os filhos de Santo Afonso de Liguori formaram, desde a origem, uma congregação muitíssimo devota da Santa Mãe de Deus, adotando como emblema daquela devoção a imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho.

Em 1866, a Virgem confiou aos redentoristas o tesouro de uma de suas imagens miraculosas — Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em que Ela leva no braço esquerdo o Menino Jesus, ao qual o arcanjo Gabriel apresenta quatro cravos e uma cruz.

Levada a Roma em fins do século XV por um mercador cretense, foi colocada na igreja de São Mateus in Merulana, por volta de 1499.

Honrada ali até 1812, demolida a igreja, passou a um oratório dos agostinianos.

Em 1886, os redentoristas conseguiram de Pio IX a venerável imagem, a qual levaram e colocaram na igreja de Santo Afonso, no Esquilino, entre São João de Latrão e Santa Maria Maior.

Inumeráveis, então, foram as graças que se obtiveram por intercessão de Nossa Senhora, honrada sob aquele título de Mãe do Perpétuo Socorro, “Senhora da morte e Rainha da vida”, como disse Verlaine. É o auxilium christianorum, aquela que, em se pedindo com fervor, apressa-se a vir em socorro dos pobres filhos que gemem neste vale de lágrimas, aquela para a qual não existe o impossível e que tudo consegue do incomensurável Coração do Divino Filho, fonte inexaurível de todas as graças, de luz e de salvação.

Pe. René François Rohrbacher (Vida dos Santos, 1853)