Adam and Eve, Marcantonio Franceschini |
59) Qual foi o pecado de Adão?
O pecado de Adão foi um pecado de soberba e de grave desobediência.
— Catecismo Maior de São Pio X
AD MAIOREM DEI GLORIAM
Adam and Eve, Marcantonio Franceschini |
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Susannah Accused of Adultery, Antoine Coypel |
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Death Comes to the Banquet Table, Giovanni Martinelli |
Lauda Della Morte
Para o mundo desprezar
cumpre a morte meditar.
Morte é fera, dura e forte,
dá a todos igual sorte,
portas caem ante a morte:
ninguém dela há de escapar.
Muita gente em grão temor
vive sempre com terror
e consciente do estertor
de passar por esse mar.
Papas com imperadores,
cardeais com grão-senhores,
justos, santos, pecadores
sabe a morte equiparar.
Ela vem tal furacão,
furta o homem qual ladrão,
toma ao farto a refeição,
corpos faz putrificar.
Não aceita vis presentes,
bens lhe são indiferentes,
nem amigos nem parentes
cuida a morte de poupar.
Não a vence fortaleza,
nem sapiência nem beleza;
torres, paços e grandeza,
tudo a morte quer danar.
Ao que é rico e afortunado
ou agiota deslumbrado
soa amargo este recado
se não busca se emendar.
Para o justo é grande gosto
quando a morte o acha exposto:
jaz o corpo decomposto,
vai com Deus a alma estar.
Pecadores, retornai;
aos pecados renunciai
e na morte repensai;
não deixeis vos afogar.
Pois quem ama noite e dia
Nossa Mãe, Santa Maria,
usufrui da garantia
de ser posto em bom lugar.
— Jacopone da Todi ( ?-1306)
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Le poeme de l'Ame, Louis Janmot |
ALMA é um espírito imortal, incorruptível, dotado de inteligência e
de vontade, criado por Deus para forma do corpo humano.
É criada para cada corpo humano depois de concebido, e contrai o pecado original no momento da sua união com o corpo.
É operação própria da alma entender o que abstrai das coisas
sensíveis por meio dos sentidos. É pela alma que conhecemos e queremos. Está toda em todo o corpo e em cada parte
do corpo, dando-lhe unidade e vida. Após a morte, vai imediatamente ou para o Céu, ou para o Purgatório, ou para o
Inferno, segundo a sentença que Deus lhe der, e conserva os
conhecimentos adquiridos neste mundo. Pode conhecer as
ações dos vivos pelas almas que vão entrando na eternidade,
ou pelos Anjos, ou pelos demônios, ou por revelação de Deus,
e pode aparecer aos vivos, mas tal aparição é miraculosa.—
A alma, porque é puramente espiritual, não tem forma, nem
peso, nem cor; é invisível, mas todos vêem os seus efeitos,
atos que nenhum corpo é capaz de produzir: entender, querer, amar, raciocinar. — Devemos querer-lhe mais do que ao
corpo. — A salvação da nossa alma é o negócio mais importante da nossa vida, pois disse Jesus: «Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se vier a perder a sua alma?».
Ev. S. Mat. XVI. 26. É também um negócio absolutamente
pessoal, pois ninguém pode substituir outrem no trabalho da
sua santificação. Ao mesmo tempo é um negócio urgente,
porque a vida é breve e a morte pode chegar repentinamente.
Por isso Jesus preveniu: «Estai preparados».
Há quem diga que a alma não existe, que o homem é apenas
um animal aperfeiçoado. Isto é uma afirmação falsa. Com
efeito, se o homem fosse apenas um animal aperfeiçoado, não
haveria entre ele e os outros animais senão uma diferença de
grau, isto é, as faculdades que existem nos animais seriam
mais perfeitas no homem, e nele não haveria mais faculdades
que nos animais. Mas sucede o contrário: o homem é menos
forte que o boi, menos ligeiro que o cão, etc. Há no homem faculdades que nenhum animal possui: a faculdade de pensar,
a de compreender, a de julgar, a de falar, a de progredir, a de
prestar culto. Estas faculdades são absolutamente distintas
das faculdades do corpo, são de natureza mais elevada, mais
nobre, são de natureza espiritual. Os animais têm o instinto
preciso para se conservarem e se reproduzirem. Só o homem
tem a inteligência indispensável para progredir. As faculdades que são só do homem existem na alma humana.
Pe. José Lourenço (Dicionário da Doutrina Católica, 1945)
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Our Mother of Perpetual Succour |
Os filhos de Santo Afonso de Liguori formaram, desde a origem, uma congregação muitíssimo devota da Santa Mãe de Deus, adotando como emblema daquela devoção a imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho.
Em 1866, a Virgem confiou aos redentoristas o tesouro de uma de suas imagens miraculosas — Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em que Ela leva no braço esquerdo o Menino Jesus, ao qual o arcanjo Gabriel apresenta quatro cravos e uma cruz.
Levada a Roma em fins do século XV por um mercador cretense, foi colocada na igreja de São Mateus in Merulana, por volta de 1499.
Honrada ali até 1812, demolida a igreja, passou a um oratório dos agostinianos.
Em 1886, os redentoristas conseguiram de Pio IX a venerável imagem, a qual levaram e colocaram na igreja de Santo Afonso, no Esquilino, entre São João de Latrão e Santa Maria Maior.
Inumeráveis, então, foram as graças que se obtiveram por intercessão de Nossa Senhora, honrada sob aquele título de Mãe do Perpétuo Socorro, “Senhora da morte e Rainha da vida”, como disse Verlaine. É o auxilium christianorum, aquela que, em se pedindo com fervor, apressa-se a vir em socorro dos pobres filhos que gemem neste vale de lágrimas, aquela para a qual não existe o impossível e que tudo consegue do incomensurável Coração do Divino Filho, fonte inexaurível de todas as graças, de luz e de salvação.